Durante três anos não escrevi quase nada. Achava que a vida limitava-se a ser um bom marido, embora eu tenha sido péssimo nisso também. Não que eu não escrevesse. Escrevi muita asneira – mas muita mesmo – no Facebook, rede social que, graças a Deus, se tona cada dia mais obsoleta em minha vida. Nada do que eu escrevia ali vinha do fundo da minha alma. Eram só palavras. De ódio, de revolta, de amor, de torcida, de intrigas. Nada muito profundo. Eram palavras que saíam das minhas tripas e não do meu cérebro.
Agora, súbita e inexplicavelmente, as palavras voltaram a me envolver, cheias de significados, de sentimentos e de vida. Não que eu tenha feito mais leituras desde então. É feio admitir isso, mas meu nível de leitura continua o mesmo. Mas creio que sou um escritor empírico. Tenho vontade de escrever sobre coisas que me tocam e que transformam minha vida – para o bem e para o mal. E tenho encontrado um bocado suficiente de situações assim nesse longo ano de 2015.
Escrevo contos, romances e novelas no interminável diálogo que mantenho comigo mesmo no Whatsapp. Entretanto, um gênero que voltou para mim foi o que justamente me dava mais prazer de compor: a poesia. A inspiração vem de praticamente qualquer coisa que me move, sobretudo da música. Um músico ouve uma canção e se prende aos acordes, um cantor à voz e, um escritor, às palavras. Às vezes uma palavra cantada – em qualquer um dos três idiomas que eu domino – fica fixada na minha mente de tal forma que eu preciso fazer algo com ela.
Já foi preciso acordar de madrugada, como estou fazendo agora, pegar o caderno velho – o caderno é para deixar o pensamento organizado, mas até saco de pão já serviu – e escrever nele, organizar o pensamento para que eu possa enfim dormir. Dito isso, gostaria que vocês vivessem minhas palavras com carinho. Elas não são parte de um plano elaborado para conseguir "likes" (embora confesso que seria legal receber uma graninha do Google AdSense). Elas vêm do meu âmago. Saem de mim sem eu pedir ao ponto de me atormentarem à noite. É uma overdose criativa. Aproveitem.
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