sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O ano em que me tornei forte

Meu lado forte que 2016 revelou.
Há alguns meses, publiquei um texto atribuindo à deusa grega do amor, Afrodite, a regência desta nova fase de minha vida. Agora, no entanto, percebo que esta mudança não ocorreu por obra de um agente externo. Trata-se do meu lado feminino (daí a confusão com Afrodite) tomando as rédeas de minha vida. Meu lado masculino sempre foi uma bagunça. Inseguro, frágil e confuso, nunca soube como ir atrás daquilo que eu desejo e percebo como sendo o melhor para mim. Meu lado feminino, por outro lado, é sagaz, calculista e empoderou-me para a luta. Foi só quando deixei de lutar contra ele que percebi as maravilhas que ele pode fazer por mim.

Com o perdão da palavra, 2016 foi um ano de merda. Parece que o caos sociopolítico do Brasil passou a se refletir sobre minha vida também. Diversas vezes, minha saúde física e mental encontrou-se fragilizada nesse ano. Mas eu me levantei todas as vezes que caí. Eu vim, eu vi, eu venci. Não me entrego mais ao caos. O caos pode sim ser construtivo e ter seus momentos de beleza, mas nunca mais vou parar minha vida para contemplá-lo. Demorou, mas finalmente compreendi que a função da desordem é fazer com que possamos tirar um aprendizado dela. A vida nos derruba para que possamos aprender a nos levantar, quantas vezes preciso for, e seguir em frente.

Ver os atletas e não poder sequer me levantar da cama sem
 que meu pé doesse atormentava terrivelmente minha alma.
De tanto cair em 2016, mesmo que metaforicamente, acabei machucando justamente o tendão de Aquiles — olha a mitologia grega aparecendo aqui de novo —, que é o responsável pelo ato de levantar-se. E do lado esquerdo, o lado do subconsciente. Este talvez tenha sido o maior baque que levei neste ano. Fui obrigado a parar de me exercitar justamente quando a maior festa do esporte mundial, as Olimpíadas, estava em nosso país. Num primeiro momento, agi sob a influência do meu lado marciano e entreguei-me à enfermidade, esperando que a inflamação curasse sozinha. Em seguida, meu lado feminino, venusiano, tomou conta de mim e colocou-me em ação para recuperar minha mobilidade.

A Vênus que habita dentro de mim também ensinou-me a lidar melhor com outras doenças: as da alma. Não quero mais agradar a todos e perdi a vergonha de me expressar em público, porque percebi que não tenho nada a perder, a não ser o medo de ser julgado. Aprendi que a língua do brasileiro não é o português, mas sim o cinismo. E que ele teria me levado longe se eu tivesse lançado mão dele, mas eu teria perdido uma parte importante de mim que é a honestidade. Aprendi também que "gostei de você" e "vamos nos ver" são só palavras, utilizadas por pessoas emocionalmente confusas, e o significado cruel da expressão ghosting e como reagir a ele. Aprendi até mesmo a gostar de Goiânia, uma vez que percebi que o que importa numa cidade não é sua infraestrutura ou seus costumes, mas sim como construímos nossas relações afetivas dentro dela.

Começar um diário ajudou-me a reconhecer minhas forças
 e fraquezas. Enquanto eu não fugir delas, tudo vai ficar bem.
Agora sei que não há nada de errado em ser só e até gosto da minha companhia. Tomei o controle da minha sexualidade e consigo usar os homens para me satisfazer assim como fui usado por eles por tanto tempo. Deixei o lado passivo, marciano, de lado. Não é irônico que, pelo menos no meu caso, a passividade seja decorrente justamente de um desequilíbrio espiritual a favor do lado masculino? Se bem que ser um homem no patriarcado, mesmo que seja gay, significa que você não precisará lutar tanto quanto uma mulher para conseguir conquistar as coisas. Daí a proatividade advir do lado feminino em nosso mundo que, infelizmente, não é venusiano.

2016 foi um ano de merda. Mas estou mais forte do que estava em 2015. Estou mais forte do que eu imaginava que pudesse ser. Agora sei como me levantar dos inevitáveis baques da vida. Havia um desequilíbrio na minha vida no ano passado e agora sei que é porque eu tentava reprimir o meu lado feminino, que era justamente o meu lado forte. Não só aprendi a reconhecê-lo como também a respeitá-lo. Agora que há um equilíbrio, estou bem. O amanhã sempre vai ser melhor, pois sei que se eu cair saberei me levantar. 2016 foi um ano ruim, mas eu viveria-o de novo se fosse preciso, porque 2016 foi o ano em que me tornei forte. Essa força pode até ter sido estimulada a se revelar através de fatores externos, como meu diário, minha terapia ou minhas crenças sobrenaturais, mas ela vem de dentro e é feminina. Enquanto eu não fugir dela, tudo vai ficar bem.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Porque o boicote da elite do entretenimento contra Trump irá falhar


Poucos artistas parecem dispostos a se apresentar e entreter o país quando o novo presidente assumir no dia 20 de janeiro. Com a notícia na semana passada de que o cantor de ópera Andrea Bocelli cedeu à pressão e desistiu de fazer um show na posse e com uma membro das Rockettes liderando uma rebelião nas redes sociais contra o presidente, Kid Rock é atualmente o maior nome agendado para se apresentar.

E a esquerda é tonta. Porque ela ainda não entendeu o que está acontecendo.

Robert Reich quer ser o Bob Geldof do anti-trumpismo.
Robert Reich, secretário de trabalho de Bill Clinto que se transformou no Michael Moore do Facebook está promovendo algo chamado o Concerto da Liberdade Unida que será transmitido ao mesmo tempo que a posse presidencial. O show beneficiará todas as entidades de caridade progressistas de sempre e Reich espera conseguir grandes nomes como Jay-Z e Madonna para se apresentar. "Simples", escreveu, "a posse de Trump perde toda a audiência na TV. Basicamente, ninguém assistirá".

Isso deve impedi-lo. Jay-Z e Madonna ambos já haviam se apresentado durante a eleição para angariar apoio para Hillary Clinton — e obviamente falharam. Mas, claro, mais um show deve fazer o país virar para o lado de Reich.

A verdadeira questão é a bolha criada pela exclusão estalinizada que a esquerda faz dos não-progressistas da cultura popular americana.

Lin Manuel Miranda está fazendo um concurso para angariar fundos para a Planned Parenthood. Para cada doação de US$10, você entra numa seleção para ver o musical dele, "Hamilton", em três cidades. A mãe de Miranda está no conselho nacional de diretores do Fundo de Ação da Planned Parenthood, então esta é obviamente uma causa pela qual ele se importa.

Não houve controvérsia alguma para seu concurso — só imagine se fosse para a Associação Nacional do Rifle ou qualquer outra causa popular conservadora. Quando Mike Pence assistiu àquela infame apresentação de "Hamilton", o vídeo dele entrando no teatro mostrava muito mais aplausos do que vaias. Ainda assim, o elenco pagou um sermão a ele do palco como se fosse impossível que houvessem eleitores de Trump na plateia ou, Deus proíba, no elenco ou na equipe técnica.

A inclinação progressista em tudo vai além da Broadway ou de Hollywood. Permeia tudo. E envelhece rápido. A edição de setembro da revista de dicas domésticas Real Simple trazia um esbravejo político incoerente da escritora Terry McMillan. Nele, ela acusa o Partido Republicano de conspirar contra o presidente Obama porque ele é negro e os estados de "fraudar" as leis eleitorais. Ela escreveu que as pessoas brancas reclamam de pessoas negras que tomam seus empregos e que ela tem medo de que seu filho saia de casa sozinho e seja morto pela polícia.

Real Simple é uma revista conhecida por receitas e dicas de organização. É um mundo no qual os democratas não deveriam habitar. Eles jamais leriam uma revista sobre dicas domésticas caso se encontrariam até o joelho em teorias conspiratórias conservadoras. O mesmo vale para as revistas femininas, que são todas automaticamente progressistas vestidas com uniformes opinativos sobre "questões femininas", como se as mulheres conservadoras não existissem. Então há o choque de que 53 porcento das mulheres escolheram Trump.

Numa eleição que se resumiu ao fracasso dos democratas em manter o apoio dos estados industriais, aumentar o risco de falar apenas com outros progressistas enquanto se assiste aos artistas progressistas é temerário. Escrevendo na esquerdista revista online de artes The Baffler, Jacob Silverman apontou para o culto às celebridades como uma das principais razões pelo fracasso de Hillary.

Katy Perry não vai mudar o que a maioria dos eleitores pensa.
Ele escreveu que esses "apelos pela atenção das celebridades parecem refletir o desejo dos progressistas de verem suas políticas validadas, até mesmo receberem uma aura de glamour, por colegas da elite. Os tweets enérgicos de Clinton e aparições no show do Jay-Z recorrem aos já convertidos enquanto não oferece nada aos milhões de trabalhadores americanos que estão pensando se, talvez, falta um toque de povo à mulher que cobra US$250.000 por palestras secretas para banqueiros".

Um número astronômico de 68 porcento dos entrevistados numa pesquisa de boca-de-urna da Reuters/Ipsos no dia da eleição disse que "partidos e políticos tradicionais não se importam com pessoas como eu". É um número muito grande de pessoas se sentindo completamente abandonadas — e a Katy Perry não vai incidir nisso.

Enquanto os progressistas continuam a desenhar linhas culturais que excluem os conservadores, eles têm que notar que isso está se traduzindo em perdas nas urnas. Os republicanos não controlam apenas a presidência, a Câmara e o Senado, mas cerca de dois-terços das assembleias legislativas e a maioria dos governos estaduais.

O abrangente progressismo na cultura popular pode não estar prejudicando os resultados financeiros dos artistas (até agora), mas certamente não está fazendo nada para ajudar suas causas políticas também. Como aprendemos nessa eleição, ignoramos segmentos inteiros da população sob nosso próprio risco.

George Michael (1963-2016)

O cantor e compositor britânico George Michael foi encontrado morto em casa pelo namorado Fadi Fawaz aos 53 anos de idade há três dias, na manhã de Natal. Ao saber da notícia, imediatamente me veio à cabeça a canção "Careless Whisper", lançada em 1984, quando Michael ainda fazia parte do duo Wham! com Andrew Ridgeley, seu amigo de infância e co-compositor do hit. Foram várias as vezes que esta canção embalou minha vida amorosa. Também me veio à cabeça "Last Christmas", regravada por meio mundo, de Taylor Swift a Ariana Grande, e que embalou um dos piores Natais que já tive. Pensei na ironia do destino: o compositor de um dos maiores hits natalinos dos últimos 30 anos morreu justamente no Natal. Depois, em meio a tantas memórias afetivas, lembrei-me da primeira recordação que tenho do cantor: trata-se do videoclipe de "Shoot The Dog", de 2004, uma animação na qual o então primeiro-ministro britânico Tony Blair é retratado como o cachorro de estimação do presidente norte-americano George W. Bush no contexto da invasão do Iraque pelas tropas de ambos os países. Um clipe polêmico para um cantor que sempre afirmou apoiar o Partido Trabalhista de Blair.

George Michael (1963-2016).
A polêmica, aliás, marcou toda a vida do cantor desde que ele saiu do Wham! para perseguir uma carreira solo. Numa entrevista de 2007, George Michael admitiu que se autossabotava, declarando que passou os "últimos 15 ou 20 anos tentando destruir [sua] própria carreira porque ela nunca parecia fracassar". A primeira de uma longa lista de polêmicas do artista veio com seu primeiro disco solo, o aclamado Faith (1987), que vendeu 25 milhões de cópias em todo o mundo — 10 milhões das quais apenas nos Estados Unidos — e recebeu o Grammy de melhor álbum do ano. O disco trazia uma canção bastante provocativa e explícita para os padrões da época, intitulada "I Want Your Sex" (algo como "quero seu sexo" em tradução livre), e o cantor foi acusado de promover um estilo de vida sexual pouco saudável numa sociedade que ainda encontrava-se horrorizada pela então recém-descoberta do HIV. O cantor gravou um videoclipe ultra sensual para a canção com sua então namorada, a modelo Kathy Jeung, como forma de provar que defendia a monogamia. Inclusive ele aparece escrevendo essa palavra nas costas da modelo com um batom.

A imagem sexual de George Michael também teria sido explorada em seu disco seguinte, Listen Without Prejudice Vol. 1, lançado em 1990 sem que seu segundo volume jamais visse a luz do dia. No entanto, o cantor se recusou a promover-se como sex symbol e, como forma de punição, a Sony teria se recusado a promover o disco no Reino Unido. Pelo menos é o que o cantor alega no processo que moveu contra a gravadora tentando desvincilhar-se da mesma. Em 1995 a Suprema Corte de Justiça da Inglaterra decidiu sobre o caso, dando ganho de causa à Sony e obrigando o cantor a permanecer naquela gravadora. No ano seguinte, no entanto, o contrato de George Michael foi vendido para a Virgin Records e ele pôde finalmente lançar seu primeiro álbum de estúdio em quase seis anos. Como resultado dessa disputa legal, George se recusou a participar das gravações do videoclipe de um de seus maiores hits, "Freedom! '90", que foi dirigido pelo — hoje — famoso cineasta David Fincher e estrelado por supermodelos da época como Naomi Campbell, Linda Evangelista, Christy Turlington e Cindy Crawford.

A grande polêmica da vida de George Michael veio, no entanto, em abril de 1998, quando estava reconquistando o sucesso após os anos de hiato forçado. A Polícia de Los Angeles, de maneira arbitrária, expôs ao mundo a homossexualidade do cantor. Um policial disfarçado, Marcelo Rodríguez, seduziu-o no banheiro de um parque público e, pouco antes de engajarem na prática do ato sexual, prendeu-o por "conduta imprópria". Forçado a sair do armário, o cantor assumiu seu então namorado Kenny Goss, com quem estava se relacionando desde junho de 1996. Assumiu também que a canção "Jesus to a Child" é um tributo a Anselmo Feleppa, estilista brasileiro que conheceu durante o Rock in Rio e que se tornou seu parceiro em 1993. Seis meses depois do início do relacionamento, Feleppa descobriu-se soropositivo e morreu de hemorragia cerebral. Os relacionamentos do cantor com homens não eram segredo na indústria musical. Aos 19 anos, saiu do armário como bissexual para Ridgeley e outros amigos próximos. Quando o Wham! acabou, no entanto, entrou em depressão ao perceber que era homo e não bissexual. No entanto, permaneceu no armário para não trazer desgosto à mãe, falecida dois anos antes do escândalo emergir.

A vida de George Michael era um prato cheio para que os
tabloides reforçassem estereótipos negativos dos gays.
George Michael marcou profundamente a história da música pop. Gravou com Aretha Franklin e com Whitney Houston, provando possuir uma voz à altura de ambas e tornando-se extremamente popular nas rádios voltadas ao público afro-americano. Além disso, marcou também a história da comunidade LGBT, para o bem e para o mal. Após ser preso uma segunda vez por fazer sexo num banheiro público, desta vez na Inglaterra, revelou que a relação dele com Goss não era baseada na monogamia — negando de uma vez por todas a máscara que a Sony obrigou-lhe a vestir para promover "I Want Your Sex". A declaração chocou os homossexuais mais conservadores, que não buscam romper com a lógica patriarcal e sim serem aceitos por ela, assim como as diversas prisões do cantor por posse de maconha. Diversas vezes, queremos que nossos ídolos LGBT sejam aceitos pela sociedade, mas os comportamentos de George Michael, completamente fora do padrão social, nos faziam pensar se ele não reforçava os estereótipos negativos existentes em relação aos homossexuais. Por vezes me peguei questionando se o cantor não prejudicava a imagem que as pessoas têm dos gays.

Independente de ter vivido uma vida que não servia de exemplo para os jovens gays — e o próprio cantor reconhecia isso, como num esquete que fez para o Comic Relief —, George Michael era um ídolo para todos nós. Porque todos nós passamos pela angústia de viver no armário e pelo medo de ser arrancado de lá à força quando não estamos preparados para isso. Na geração anterior à minha, todo mundo conhece alguém que morreu de AIDS. "Eu sofri coisas terríveis, perdas e humilhações públicas", declarou uma vez o cantor. "Mas apesar disso, minha carreira coloca-se no lugar como um pato de plástico numa banheira". Isso ocorre porque o público reconhecia no cantor a fragilidade humana de quem passou muito mais do que a metade de sua vida adulta dentro do armário. Após uma vida inteira portando rótulos que não lhe pertenciam, tais como "monogâmico", "heterossexual", "bissexual", "thatcherista"(*), George Michael finalmente pôde se livrar de todos eles. A liberdade que ele escolheu como título não de uma, mas de duas de suas canções mais famosas, agora lhe pertencerá para sempre. Descanse em paz, George Michael. Agora ninguém mais poderá te atacar, expor e ridicularizar para vender mais exemplares de tabloides.


(*) Havia uma época em que todas as pessoas bronzeadas eram acusadas de fazerem parte da alta sociedade britânica e o cantor, cujo pai era cipriota, tinha um tom de pele levemente mais escuro do que o "normal".

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Poema: Sábado, num bar

Respiro fundo e começo a me arrumar
Ele não gostava quando eu usava rosa grená
Coloco uma música no meu celular
Ele não gostava do que eu gosto de escutar

Cheguei no local que havíamos combinado
Achei que não, mas você chegou em antecipado

Você estava lá e caminha até mim
Me pergunto por que essa beleza sem fim
O meu sorriso, você elogia
Sem saber como isso me traz alegria

Você, quando sorri, joga a cabeça pra trás
Acho estranho que eu te encanto
É o primeiro que assim faz
Passei os dois últimos anos em espanto
Achando que tudo o que o amor faz
É deixar meu coração em quebranto
Mas, num sábado, num bar
Vi tudo de novo começar

Você me diz que nunca conheceu
Alguém com os mesmos gostos que os teus
Você me conta casos e não sabe por quê
Eu fico tão calado, mas é porque gosto de você


Você, quando sorri, joga a cabeça pra trás
Acho estranho que eu te encanto
É o primeiro que assim faz
Passei os dois últimos anos em espanto
Achando que tudo o que o amor faz
É deixar meu coração em quebranto
Mas, num sábado, num bar
Vi tudo de novo começar

E, quando entrávamos no carro, você junto comigo
Quase falei de quem eu não deveria
Mas você começou a me falar dos seus amigos
E, de repente, falar disso eu queria
Pela primeira vez, o passado
Ficou lá no passado

E quando você, mais uma vez, andou até mim
De novo pensei: pra que tanta beleza assim?


Você, quando sorri, joga a cabeça pra trás
Acho estranho que eu te encanto
É o primeiro que assim faz
Passei os dois últimos anos em espanto
Achando que tudo o que o amor faz
É deixar meu coração em quebranto
Mas, num sábado, num bar
Vi tudo de novo começar